Proibido

17-12-2010 16:15

Brasil já proibiu outros jogos antes de 'Counter-Strike', veja quais

Foto: Divulgação
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Todo o ‘realismo’ do primeiro ‘Carmageddon’. Jogo foi proibido no Brasil (Foto: Divulgação )
 

A proibição da venda de jogos como “Counter-Strike” e “Everquest” não é inédita no mercado de games brasileiro, que baniu jogos já no final da década de 90.

Em 1997 foi lançado “Carmageddon”, em que o jogador disputava corridas de carro em cidades e ganhava pontos com manobras arriscadas e atropelamento de pedestres. Um dos primeiros jogos politicamente incorretos da história, e supostamente inspirado pelo filme “Death race 2000”, de 1975, “Carmageddon” foi retirado das lojas. Seu segundo capítulo, “Carpocalypse Now”, foi lançado em 1998 e teve o mesmo destino no Brasil.

Em 1999, o estudante de medicina Mateus da Costa Meira, então com 29 anos, matou três pessoas e feriu outras quatro durante uma sessão do filme “Clube da Luta” em um cinema de São Paulo. Mateus ficou conhecido como “o atirador do shopping” e, julgado em 2004, foi condenado a 120 anos de prisão. Em depoimentos ele teria citado o jogo “Duke Nukem 3D” (1996), que traz um cinema em um trecho da primeira fase. Mesmo quase quatro anos depois de lançado, o jogo teve a venda proibida.

  Ameaça

No início do ano 2000, outros jogos chegaram a ser ameaçados de censura. Títulos como “Mortal Kombat” (luta, 1992) e “Doom” (1993) eram os principais alvos de políticos que consideravam que os games “ensinavam os jovens a roubar e matar”. A partir de 2001 os jogos entraram no sistema de classificação indicativa do Ministério da Justiça, que já analisava outros meios audiovisuais, como filmes (hoje, nenhum jogo pode ser lançado sem a classificação prévia do Ministério).

 

 

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‘GTA’ deu liberdade aos jogadores e motivos de preocupação aos políticos. (Foto: Divulgação )


Foi a quando a série “Grand Theft Auto” (GTA) se desenvolveu para além das versões rudimentares lançadas a partir de 1997. “GTA III”, lançado em 2001, oferecia uma cidade 3D aberta à exploração do jogador, que era livre para seguir missões ou simplesmente fazer o que quiser: passear pelas ruas, andar sem destino, dirigir uma ambulância para salvar pessoas ou até matar inocentes (e depois fugir da polícia para não ser preso). Valia a liberdade e a responsabilidade do jogador sobre suas ações.

Mas “GTA” acabou sendo mais conhecido mesmo pelos não-jogadores como “o jogo de matar velhinhas”. Depois vieram “GTA Vice City” (2002) e “GTA San Andreas” (2004), que traziam novos protagonistas e abordavam diferentes épocas (dos anos 80 aos 90). Em 2008 será lançado o aguardado “GTA IV”, com a assinatura da polêmica Rockstar Games.

Em 2007 a empresa enfrentou resistência com “Manhunt 2”, que foi banido duas vezes no Reino Unido e, conseqüentemente, não teve boa recepção no mercado americano. O jogo traz um contexto diferente de sua primeira versão, de 2003, mas mantém o “diferencial” de executar inimigos usando objetos “não-convencionais” (de machados a seringas). O jogo foi revisto, teve cenas modificadas e chegou ao mercado norte-americano com classificação indicativa “para maiores de 17 anos”. Tanto barulho por quase nada: foi fracasso de crítica e de vendas.

À margem dos jogos “mainstream” está “Postal”, que surgiu tímido em 1997, traumatizou pessoas com sua segunda versão (2003) e pretende marcar 2008.

O jogo estréia no cinema (pelas lentes de Uwe Boll) e tem sua primeira versão “nova geração” nos games, com gráficos mais apurados e, provavelmente, o mesmo humor ácido/escatológico/anárquico das versões anteriores. A série conta a história do “Postal Dude”, o protagonista cansado da "burrice" da sociedade. No primeiro jogo ele lança coquetéis molotov contra passeatas na rua. No segundo ele tenta fugir de uma igreja católica dominada por terroristas. No terceiro jogo... é esperar para ver.  

 

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Animais, policiais, celebridades e pessoas ‘comuns’: ninguém escapa da acidez de ‘Postal III’. (Foto: Divulgação )